quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Queda

O vazio, eis algo que me atormenta, que me faz sentir fora do mundo, não ter nada que me prenda, flutuando por esta imensidão sem pôr os pés no chão. Mas eu preferia estar flutuando por outros motivos, preferia estar num sonho, que acordasse numa realidade que não essa.
Aguardo o momento em que no caminho estará lá, como uma luz, como um premio, a bússola que me guiará adiante, que me ajudará a encontrar meu rumo.
Será tão difícil encontrar alguém que nos complete, uma pessoa que não sabe onde está não pode encontrar nada, resta a ela ser encontrada, e depender do destino, do acaso, pode ser cruel...podemos estar esperando que abra um para-quedas que sequer temos em nossas costas.
O chão é duro para quem não sabe cair.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Plantação

Em minhas andanças beirei penhascos, escorreguei e me agarrei, mas ainda não caí.
Tenho feridas e cicatrizes, que se espalham pelo terreno do medo e da insegurança, onde no fundo plantei sorrisos que um dia vão cobrir o horizonte e nada de feio poderá ser visto.
Tudo encoberto por uma felicidade frágil que pode ser devastada a cada nova tempestade, que pode sumir em cada novo incêndio.
Uma terra de sorrisos que vive por um fio, plantada sobre o medo e assombrada pela insegurança, que ainda moram em mim.

domingo, 4 de outubro de 2009

Selva

Cada cidade em que chego, vejo esta selva de gente.

São desconhecidos que passam por mim sem me notar, seres que na verdade me parecem troncos de longas árvores sem rosto.

No meio desta floresta, no entanto, também habitam seres misteriosos, que em algum momento vão cruzar o meu caminho e fazer parte deste conto.
Alguns passarão como uma chuva leve e partirão sem deixar rastros, outros chegam como tempestades arrasando o meu mundo. Alguns tem o rumo paralelo ao meu, e assim vivem se esbarrando comigo, outros viram sombra e desaparecem, e tem ainda aqueles que vão ao seu encontro onde quer que estejam. Estes estão ligados a nós por laços mais fortes, e são como bússolas, que nos dão direção, que tentam nos ajudar a encontrar nosso rumo, e até se dispõem a se perder comigo.
Às vezes me sinto sozinha nesta imensidão de verde, mas faz que estes seres sejam verdadeiras luzes na escuridão, quando se juntam a mim.

E assim continuo perdida, mas ao menos com esperança.

sábado, 3 de outubro de 2009

mais um desvio de percurso

Quando a gente vive procurando e não percebe que é a mesma o que temos que encontrar, achamos que toda árvore dá frutos, que toda água é limpa, que toda pedra que esbarramos no caminho pode ser a nossa pedra e conter os nossos sonhos.
Mas no dia seguinte vemos que a água não era cristalina, que na árvore só tinha folhas e que a pedra se esfarela, como os sonhos depois da noite.
São vãos e razos o que achamos antes de nos encontrar...quando será que vou me deparar com meu caminho, com meu lugar, com minha vida? Estarei no caminho certo?
Quero sai do meu mundo, mas esta não deve ser a solução...quero sair de mim, mas tenho medo...me ver de fora e fugir do que não consigo ver por dentro...
Sei que ando por caminhos tortos que não me levarão a lugar algum e estou meio cansada de andar, de dar voltas, de me esbarrar com os mesmos obstáculos.
Estou cansada de fugir de nada, e cometer os mesmos erros, mas não o suficiente para desistir, pois sei que alguma hora vou acertar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Menina Perdida??????

Sim, sempre me sinto meio solta nesse mundo, nunca me encaixei direito em lugar algum, dificilmente fazia parte de um grupo, ou de uma tribo_nunca achei cool pertencer a uma tribo e sempre achei "um grupo" pouco amplo.
O meu lugar no mundo ainda não estava definido e eu não sabia ao certo porque sentia isso.
Então fiz minha primeira mudança, e foram anos analisando grupos e tribos que existiam alí também. Mais "safa", entrei em alguns, mas não parei em nenhum até que um dia encontrei alguém muito parecido comigo neste aspecto, ela tinha lugar no mundo, mas não tinha um grupo e sim todos...ela TINHA TODOS os grupos e estava em todos eles.
Percebi que não precisava entrar num grupo ou tribo, porque vi que esta pessoa era como eu e transitava entre os grupos, e assim achei uma companheira, uma amiga, e assim estávamos em terras amplas, com muitos grupos e tribos, e passeávamos entre todos.

Quando você transita entre muitos acaba encontrando pessoas fascinantes que conseguem pouso em seu coração, então, essas pessoas enfim te ajudam a criar a raízes e a se prender ao lugar do mundo em que você está.
E lá estava eu, com parte de meu coração enfiado naquela cidade...mas algo aconteceu, uma tempestade passou e a ventania me arrancou pelas raízes e me fez voar para longe, lá fui eu de novo.

Acordei após a tempestade em outro lugar, também não era o meu lugar do mundo, ainda não sei onde ele é, mas acabei encontrando pessoas interessantes, e estas me ajudaram a pôr os pés no chão. Mas minhas raízes ainda estão soltas e não se acostumam com estes solos tão frios.

Hoje, tudo que eu sei é que continuo perdida, e onde quer que eu vá, nunca me encontro. Aonde será meu lugar no mundo?