domingo, 4 de outubro de 2009

Selva

Cada cidade em que chego, vejo esta selva de gente.

São desconhecidos que passam por mim sem me notar, seres que na verdade me parecem troncos de longas árvores sem rosto.

No meio desta floresta, no entanto, também habitam seres misteriosos, que em algum momento vão cruzar o meu caminho e fazer parte deste conto.
Alguns passarão como uma chuva leve e partirão sem deixar rastros, outros chegam como tempestades arrasando o meu mundo. Alguns tem o rumo paralelo ao meu, e assim vivem se esbarrando comigo, outros viram sombra e desaparecem, e tem ainda aqueles que vão ao seu encontro onde quer que estejam. Estes estão ligados a nós por laços mais fortes, e são como bússolas, que nos dão direção, que tentam nos ajudar a encontrar nosso rumo, e até se dispõem a se perder comigo.
Às vezes me sinto sozinha nesta imensidão de verde, mas faz que estes seres sejam verdadeiras luzes na escuridão, quando se juntam a mim.

E assim continuo perdida, mas ao menos com esperança.

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